Escreva aqui!

Você faz poesias? Escreve crônicas? Escreve músicas? Algo que seja inteligente? Quer postar aqui? Envie para capivariofrock@hotmail.com e postaremos aqui, para que todos leiam!

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Salve, visitantes do Capivari Of Rock!

Hoje quem nos brinda com uma poesia cheia de profundidade é o nosso amigo Bruno Bossolan. Abaixo segue uma breve biografia do Bruno, um capivariano que honra a terra dos poetas.

Bruno Bossolan nasceu em 1988 e reside em Capivari. Participou (desde 2008) de 13 antologias poéticas, sendo uma internacional. Já foi colaborador de diversos sites/blogs literários e jornais. Publicou seu primeiro livro N(Ó)STÁLGICO [Paco Editorial – selo Nobres Letras] em dezembro de 2011. No mês de março de 2012 escreveu um artigo sobre a importância da poesia na educação para a “Revista Literatura” da Argentina (o artigo se chama “A Poesia e a Educação”). É precursor do movimento literário Barbariderna e escreve semanalmente em seu blog. www.brunobossolan.blogspot.com

Para segui-lo no twitter @Mauditopoeta - Facebook: Bruno Bossolan

O amor é o prelúdio da catástrofe

Chacoalham a pedra que pesa em meio ao corpo
anseios penetram e já não é o caralho que se engana
pelos buracos dedos fazem o trabalho árduo
esforçam-se para atingir a matriz
santuário do esporro lá se fincam
constroem a matéria preparam o defunto
exercem a evolução e todo o crescimento provém do acerto da grana as contas para serem pagas
camas noites drinques e tudo o que não repelimos nos condena
mas o gozo gratificante pelo erro centenas
o fizeram de modo sutil
mas não era amor de afagos doçura e melação não
não era o que foi dito para ser
desviado do seu caminho o amor bancou-se autônomo
encontrou-se liberto achado pelo meio das pernas
é ele o amor é um corpo disléxico cheio de feridas
gritando por cicatrizes almejando outros corpos insaciável
essa puta esse puto andrógeno assexuado que se esbanja na porra
lambe-se agita-se toca-se limita-se e fim
Bruno Bossolan
satisfeito pelo próprio mas é um parasita se nutre quando nos usa
doença de morrer quente esperando derramar-se
lindo quando se vê frio quando nos deixa de tocar
promessas não o deixam sossegar
e cada dia são todos os dias
ninguém se preza é a presa de querer
o desfecho todos rascunham
a exceção é o minério
que depois de muito tempo
se petrifica e apenas
chacoalha em meio ao corpo.









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Dando continuidade à página "Escreva Aqui!", aproveitando a oportunidade do bate papo com nosso amigo Camargo, ele passa por essa página e deixa seu recado.

A Fria Sala da Internet
É inegável que a internet é a mais importante ferramenta de interação social.
Ela é a menor distância entre dois pontos virtuais.
O processo, ao mesmo tempo, que se torna o promotor da evolução, apaga o antigo, isto é, o obvio e o natural.
A humanidade na sua grande maioria será fria, deixará de ser solidária. O prazer de conhecer pessoas com idéias olho no olho e de receber, e de ser recebido, pode estar chegando ao fim.
Chegamos ao início de um ciclo em que as visitas e as salas tornaram-se virtuais. Na maioria das vezes, o usuário nem sabe com quem está conversando, e é aí que mora o perigo.
(Ricardo Camargo)

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Dando sequência à página Escreva Aqui, segue uma poesia escrita por André Canobel. Quer postar seu texto aqui? Envie para capivariofrock@hotmail.com


Viver nas Ruas

Vou viver nas ruas
Beber água da chuva ácida
Escovar os dentes com um pedaço de madeira
No lugar da pasta um pouco de areia


André Canobel

Vou ter o céu como meu teto
As estrelas como abajures
Ar condicionado natural
O vento poluído pelos carros

A terra estéril vai ser o meu colchão
Um saco de lixo será o travesseiro
Ao despertar de um novo dia
Lavarei meu rosto com a água da sarjeta

Não farei a barba nem cortarei os cabelos
Não cortarei as unhas e nem trocarei as roupas
Comerei com as mãos sujas e lamberei os dedos

Como amigo fiel, terei um cachorro
Encontrado vagando abandonado e com fome
Por uma família que já não tinha espaço para ele
E o levarei comigo

Repartirei cada pedaço de carne
Conseguida após disputar com os corvos
Com meu cão e com os que me olharem com fome

Baterei de porta em porta pedindo por piedade
Escutarei com alegria os que me disserem não
E os que me humilharem e maltratarem
Pois esse será o fim da humanidade.
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 Inaugurando a página "Escreva aqui!" em grande estilo, apresentamos um poema enviado pelo amigo Rodolfo Balo.
Apreciem sem moderação....

Fim dos Planos

Rodolfo Balo

Fim dos planos de uma vida plena
Mentiras escorrem pelos dias
E transformam em lagrimas toda a sensação
De inocência e união serena.

Alicerces desmoronam,
O vento frio congelando o ventre
A cada pensamento,
Uma nova angustia
Destruição em massa de tudo que um dia
Se imaginou que seria,
pra sempre.

E o mundo goza gargalhando,
Mais uma vitoria da corja humana
Enquanto os anjos escorrem nas paredes

Carta de despedida aos
incríveis caminhos que o ódio pode nos levar.
Se soubéssemos que seria tão dolorido,
Talvez nos poupássemos dessa loucura de amar.

A dor impera,
E a mentira dança impune
Sobre o sangue ainda quente
De quem um dia se arriscou a ser sincero.